A galeria dos heróis da fé de Hebreus
11 surpreende o estudante da Bíblia pela coragem e perseverança que tiveram
diante das dificuldades. Mas um olhar mais acurado em cada um deles mostra que
nenhum personagem bíblico, de todos os que foram escolhidos por Deus, viveu sem
cometer erros. Noé, o grande intercessor, vacilou ao embriagar-se diante de uma
taça de vinho e amaldiçoar seu filho. Abraão, o amigo de Deus, diante dos reis
temeu e mentiu. Davi, homem segundo o coração de Deus, no auge do reinado adulterou
e foi homicida. Salomão, que recebeu de Deus tanta sabedoria e conhecimento,
cedeu ante aos prazeres da carne.
Nossas fraquezas tendem a levar-nos
ao desânimo. A única maneira de sermos vitoriosos é aprender a depender de Deus
em tudo o que fazemos, pois a humildade seguida de quebrantamento é a coisa que
Deus mais valoriza nos seus servos. Quantos de nós lutamos todos os dias entre
a unção e a fraqueza? O poder do Espírito e o pecado? Sentimos que estamos
cheios do Espírito Santo, que temos poder; admiramo-nos que os demônios se
agitam com nossa presença. Curamos os enfermos e profetizamos, fazemos obras
gloriosas e, no entanto, cedemos diante do pecado. Uma verdadeira guerra se
trava dentro de nós. Unção e fraqueza estão lado a lado dentro de nós, numa
luta sem tréguas.
O grande amigo de Deus no Novo
Testamento é exemplo do que falo. Tão bem descrito pelo romancista
judeu-polonês Solen Asch, em O Apóstolo, e pela romancista inglesa Taylor
Caldwel, em Amigo de Deus, Paulo chegou ao limite de suas forças quando a unção
e a fraqueza travaram duro embate interno. Carne e espírito degladiaram até que
um desesperado grito de dor saiu de sua pena: "Desventurado homem que sou!
Quem me livrará do corpo desta morte?" (Rm. 7.24). Eis aí o grito de todos
nós.
Um místico, citado por Arintero, em
La Evolución Mística [Vol. 91 p. 418], disse: "Às vezes Deus deixa nos
melhores santos algumas fraquezas, e por mais que queiram não conseguem
desvencilhar-se delas, nem se corrigir, para que sintam sua própria fraqueza, e
vejam o que seriam sem a graça de Deus. Só as fraquezas impedem que nos
vangloriemos dos favores que de Deus recebemos".
Nós, pastores, líderes de louvor e
dirigentes de cultos, que vivemos em evidência, pois nos colocamos entre o povo
e Deus - responsáveis por levar o povo à sua presença -, às vezes fracassamos,
cometemos erros e tememos pelo pior. No entanto, sabemos que a unção
continuará, que haveremos de vencer, apesar das nossas fraquezas, pela
misericórdia de Deus. Pois o que recebemos de Deus é depositado em vasos de
barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não nossa.
Depender sempre de Deus, eis a
qualidade exigida de todo líder de louvor, de todo obreiro, que ao mesmo tempo
em que está diante de Deus e diante do povo, vê-se confrontado por seu próprio
pecado.
Essa é a realidade de todos nós. Uma
luta sem tréguas entre poder e fraqueza, carne e espírito, fé e razão. Por isso
nossa única solução é confiar sempre na graça do Pai!
Isaías já era profeta, mas quando
teve um encontro com Deus a glória do Pai expôs seu pecado. E ele gritou:
"Ai de mim! Estou perdido!". A brasa viva tirada do altar purificou-o
de seus pecados e sua iniqüidade foi perdoada! Deus será misericordioso
conosco. Basta dependermos dele sempre! A eficácia do sangue de Jesus deve
estar sempre presente diante de nós. Ousadia para entrar no santo dos santos,
pelo sangue de Cristo.
João A. de Souza Filho é pastor e
escritor, autor do premiado livro Manual do Ministério Pastoral. É casado com
Vanda Zalewski há 33 anos.
Fonte: www.vineyardmusic.com.br
M A R A V I L H O S O !!!!!!
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